25 de abril de 2008

Organogênese com viés racional.

“Bioética é o uso criativo do diálogo para formular, articular e, na medida do possível, resolver os dilemas que são propostos pela investigação e pela intervenção sobre a vida, a saúde e o meio ambiente”. OMS - 2001

Se abríssemos uma discussão sobre este tema há 20 anos, teríamos dificuldades em encontrar subsídios para sustentá-lo porque não conhecíamos os caminhos enzimáticos e processuais para detonar a totipotência de uma célula embrionária.

Hoje, ainda continuamos com as mesmas ou, até maiores dificuldades, em sustentar tal discussão, não pela falta processual, mas sim pela indefinição sobre onde se inicia a vida. Esta é a parte de nossa responsabilidade simplesmente humana; deveres do homem para com outro homem, e de todos para com a humanidade.

Deixou-se de ser apenas uma parte da Biologia para ser uma totalidade Ética, conhecida hoje como Bioética (Comte-Sponville, 1997). Lembro-me, com o frescor da memória, de quando vi um rato com uma orelha humana “acoplada” em seu dorso numa revista semanária.

Era a visão real da engenharia genética exercitando a organogênese. Este “marco” da história recente me despertou para sonhos futurísticos, onde chegávamos a uma fábrica de peças corporais. Pela necessidade, se comprava de olhos a úteros; de neurônios a laringe.

De lá para cá, o “sonho” tem se perdido na legalidade de se trabalhar com as células embrionárias. Mesmo que células diferenciadas retomassem o caminho embrionário, através das mitoses, nos parece que o início já começa pelo “meio”. Os blastômeros cronologicamente nos remetem ao início.

Onde se inicia a vida?

O embriologista, o médico, o jurista e o leigo, mais que rapidamente, propõem: a fecundação como marco, a Neurogênese como o começo, o naticonsciente como indivíduo; a resposta pode ser contrária a minha convicção. O que não podemos fazer é nos tornarmos refens de uma parte pelo todo.

Os Princípios, Direitos Humanos, Virtudes, ou a Alteridade, devem ser comparados a uma bússola, pois independentemente da situação em si, apontam para uma reflexão já estabelecida e conhecida.

O mapa (caso) com a bússola auxiliam dialeticamente na busca de uma decisão (Teoria da Complexidade, Godim, 2002).

O que se quer agora é que os passos descobertos e dominados venham contemplar o ser humano, que portador de uma cirrose, que à espera numa fila de possíveis transplantados tenha a ORGANOGÊSENE racional a seu favor ou morra em paz.

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